9 de mar. de 2010

O CÂNTICO DA TERRA

Cora Coralina Eu sou a terra, eu sou a vida. Do meu barro primeiro veio o homem. De mim veio a mulher e veio o amor. Veio a árvore, veio a fonte. Vem o fruto e vem a flor. Eu sou a fonte original de toda vida. Sou o chão que se prende à tua casa. Sou a telha da coberta de teu lar. A mina constante de teu poço. Sou a espiga generosa de teu gado e certeza tranqüila ao teu esforço. Sou a razão de tua vida. De mim vieste pela mão do Criador, e a mim tu voltarás no fim da lida. Só em mim acharás descanso e Paz. Eu sou a grande Mãe Universal. Tua filha, tua noiva e desposada. A mulher e o ventre que fecundas. Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor. A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu. Teu arado, tua foice, teu machado. O berço pequenino de teu filho. O algodão de tua veste e o pão de tua casa. E um dia bem distante a mim tu voltarás. E no canteiro materno de meu seio tranqüilo dormirás. Plantemos a roça. Lavremos a gleba. Cuidemos do ninho, do gado e da tulha. Fartura teremos e donos de sítio felizes seremos.

25 de dez. de 2009

Libertem os Ativistas Ambientais

Manifestação em São Paulo faz parte de uma corrente mundial para libertar os ambientalistas detidos durante protesto pacífico O Greenpeace fez um protesto hoje pela manhã, em frente ao Consulado Geral da Dinamarca em São Paulo, para pedir a liberdade de quatro ativistas da organização, presos em Copenhague durante a realização da Conferência do Clima (COP15). Os ambientalistas foram detidos quando participavam de um protesto, absolutamente pacífico, no palácio de Christiansborg, na semana passada. Em um jantar oferecido pela família real dinamarquesa a mais de cem chefes de Estado que participavam da COP, eles esticaram uma faixa com a mensagem: “Políticos falam. Líderes agem”. Mesmo sem julgamento, os quatro podem ficar presos até o dia 7 de janeiro em regime de comunicação restrita, o que significa passar as festas de final de ano longe de suas famílias. Um dos ativistas é do escritório da Dinamarca, os demais são da Espanha, Suíça e Holanda. “O mais injusto dessa prisão é que eles estão pagando por terem representado, em um protesto pacífico, a voz de milhões de pessoas que pediam por um acordo para salvar o clima do planeta”, diz o diretor de campanhas, Sérgio Leitão. Os escritórios do Greenpeace na Espanha, Holanda, Noruega, Suíça, México, Argentina, Alemanha e Áustria também realizam atividades pedindo a libertação dos ativistas. Em São Paulo, o Greenpeace abriu uma faixa com o pedido em português e inglês, além de entregar uma carta com mais detalhes do caso. Quem são os ativistas presos: Juan Lopez de Uralde é diretor executivo do Greenpeace na Espanha. Pai de uma menina de 13 anos e um garoto de nove anos, ele começou no Greenpeace como voluntário do navio Rainbow Warrior no início dos anos 90. Nora Christiansen é norueguesa, mas trabalha no escritório do Greenpeace na Dinamarca, há 10 anos, na área de captação de recursos. Ela é mãe de duas crianças. Christian Schmutz começou como voluntário em 2003 e hoje é coordenador da área de logística do Greenpeace na Suíça. É pai de um menino de dois anos. Joris Thijssen, trabalha no escritório central do Greenpeace, na Holanda. Ele é coordenador da campanha do clima.

10 de dez. de 2009

4 de dez. de 2009

Aquele que acredita / Lanza del Vasto

Aquele que acredita que se pode chegar à Verdade pela especulação e pelo cálculo, jamais descobrirá a evidência. Ao Uno não se chega pelo cálculo. O intelecto não atinge a evidência senão através de um acto de amor. O que a ciência procura é o lucro e a dominação: não a verdade mas sim o fruto. É então a mais formidável renovação do pecado original com a sua consequência lógica: a morte. O nosso corpo é o único instrumento de penetração da natureza; um instrumento de conhecimento da realidade ao mesmo tempo que um instrumento de realização de ideias. A sensação nunca nos engana; somos nós que, por vezes, a interpretamos erradamente. O céu está nos nossos olhos, a luz na nossa inteligência. Nós obedeceremos a bons mestres, se eles o são, e nós os forçaremos a serem bons desobedecendo quando eles deixam de o ser. Quando ao meu companheiro que me pergunta se deve andar nu, eu respondo: o erro do naturista, daquele que vê a sociedade como falsa e má e se esforça por a rejeitar em bloco, como dos reformadores que procuram "arranjos" políticos ou económicos parciais, é de querer resolver os problemas no plano onde eles se colocam. Nem a verdade nem a solução se encontram nesse plano. Resolver um problema ou um conflito, é elevar-se e elevar as gentes a um plano onde o problema já não se coloca. É preciso aprender a estar "no mundo" sem ser "do mundo". A não violência não consiste em recusar toda a autoridade porque a autoridade se exerce geralmente pela violência. O problema não é fundar uma comunidade sem regras nem chefes, o que é impossível, mas de ter regras e chefes não violentos, isto deve ser concebido e em seguida feito. Nós pensamos que nenhum homem livre tem o direito de punir um outro. O homem livre é aquele que conhece a Lei, reconhece a sua falta e se pune a si mesmo. Qualquer um que é testemunha de uma falta não o deve denunciar, mas ele deve encontrá-lo em segredo e pedir-lhe em nome da Regra para reparar a sua falta. Se o culpado resiste, a testemunha deve tomar sobre si próprio a reparação. Toda a justiça da Ordem se baseia sobre esta prática: é a jóia da Regra.

A arte de ser feliz / Cecília Meireles

Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz. Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Ás vezes, um galo canta. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz. Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

28 de nov. de 2009

Súplicas pelo Planeta Terra

Dois seres tão distintos como um Monge e o Rei do Pop clamam pela Terra, suplicam pelo despertar da consciência humana. Expressões e formas tão distintas que traduzem o clamor como uma oração. O que podemos fazer pelo nosso ninho Terra que navega nos conduzindo pelo Universo?

Canção da Terra / Michael Jackson

21 de nov. de 2009

26 de out. de 2009

"a história das coisas"

A história das coisas é um documentário muito bem elaborado. Ajuda na compreensão sobre a crise humana-ambiental-planetária e nos sensibiliza para as mudanças que precisam ser feitas urgentemente do pessoal ao coletivo, do humanitário ao institucional, dos países aos grupos econômicos. Nós não temos outro planeta para morar e não queremos ver nossa espécie exterminar. Então vamos sair por aí ajudando, orientando, sensiilizando, trabalhando. Somos uma mesma família e precisamos superar nossas limitações, desentendimentos e conflitos.

12 de out. de 2009

11 de out. de 2009

O ECO

-Cecília Meireles- O menino pergunta ao eco Onde e que ele se esconde, Mas o eco só responde: “Onde? Onde? “ O menino também lhe pede: “Eco, vem passear comigo!” Mas não sabe se o eco é amigo Ou inimigo. Pois só lhe ouve dizer: “Migo!”
O Pássaro Cativo Armas, num galho de árvore, o alçapão; E, em breve, uma avezinha descuidada, Batendo as asas cai na escravidão. Dás-lhe então, por esplêndida morada, A gaiola dourada; Dás-lhe alpiste, e água fresca, e ovos, e tudo: Porque é que, tendo tudo, há de ficar O passarinho mudo, Arrepiado e triste, sem cantar? É que, crença, os pássaros não falam. Só gorjeando a sua dor exalam, Sem que os homens os possam entender; Se os pássaros falassem, Talvez os teus ouvidos escutassem Este cativo pássaro dizer: “Não quero o teu alpiste! Gosto mais do alimento que procuro Na mata livre em que a voar me viste; Tenho água fresca num recanto escuro Da selva em que nasci; Da mata entre os verdores, Tenho frutos e flores, Sem precisar de ti! Não quero a tua esplêndida gaiola! Pois nenhuma riqueza me consola De haver perdido aquilo que perdi ... Prefiro o ninho humilde, construído De folhas secas, plácido, e escondido Entre os galhos das árvores amigas ... Solta-me ao vento e ao sol! Com que direito à escravidão me obrigas? Quero saudar as pompas do arrebol! Quero, ao cair da tarde, Entoar minhas tristíssimas cantigas! Por que me prendes? Solta-me covarde! Deus me deu por gaiola a imensidade: Não me roubes a minha liberdade ... Quero voar! voar! ... “ Estas cousas o pássaro diria, Se pudesse falar. E a tua alma, criança, tremeria, Vendo tanta aflição: E a tua mão tremendo, lhe abriria A porta da prisão... Olavo Bilac Do livro: Poesias Infantis, Ed. Francisco Alves, 1929, RJ

22 de mar. de 2008

12 de fev. de 2008

Carta da Terra: novo reencantamento?

quarta-feira 4 de janeiro de 2006 por Leonardo Boff É de todos sabido que a sociedade mundial vive no olho de uma incomensurável crise de sentido e de falta de rumo histórico. Não sabemos para onde vamos. Os sonhos e as utopias morreram, o que tem deixado as sociedades e as pessoas sem fundamento. Somos entregues ao sistema econômico dominante que de tudo faz mercadoria, regendo-se por feroz competição e não por laços de cooperação. Há dois pensadores que nos ajudam a entender esta crise, Max Weber e Friedrich Nietzsche. Weber caracteriza a sociedade moderna pelo processo de secularização e pelo desencantamento do mundo. Não que as religiões tenham desaparecido. Elas estão ai e até voltam com renovado fervor. Mas não são mais elo de coesão social. Agora predominam a produção e a função e menos o valor e o sentido. O mundo perdeu seu encanto. Nietzsche anunciou a morte de Deus. Mas há que se entender bem Nietszche. Ele não diz que Deus morreu, senão que nós o matamos. Quer dizer: Deus está socialmente morto. Em seu nome não se cria mais comunidade nem se funda coesão social. Por milhares de anos era religião que ligava e re-ligava as pessoas e criava o laço social. Agora não é mais. Isso não significa que agora impera o ateismo. O oposto à religião não é o ateismo mas a ruptura e a quebra da relação. Hoje vivemos coletivamente rompidos por dentro e desamparados. Praticamente nada nos convida a viver juntos e a construir um sonho comum. Entretanto, a humanidade precisa de algo que lhe confira um sentido de viver e que lhe forneça uma imagem corente de si mesma e uma esperança para o futuro. É neste contexto que deve ser vista a Carta da Terra, documento nascido das bases da humanidade. Já foi assumida pela Unesco no ano 2000 e a idéia é que seja incorporada pela ONU à Carta dos Direitos Humanos. A Carta da Terra reúne um conjunto de visões, valores e princípios que podem reencantar a sociedade mundial. Coloca em seu centro a comunidade de vida à qual pertencem a Terra e a Humanidade que são momentos do universo em evolução. Todos os problemas são vistos interdependentes, os ambientais, os sociais, os econômicos, os culturais e os espirituais, obrigando-nos a forjar soluções includentes. O desafio que a situação atual do mundo nos impõe é este segundo a Carta: ou formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros ou então arriscar a nossa destruição e a devastação da diversidade da vida. Dois princípios visam viabilizar esta aliança: a sustentabilidade e o cuidado. A sustentabilidade se alcança quando usamos com respeito e racionalidade os recursos naturais pensando também nas futuras gerações. E o cuidado é um comportamento benevolente, respeitoso e não agressivo para com a natureza, que permite regenerar o devastado e zelar por aquilo que ainda resta da natureza, da qual somos parte e com um destino comum. Estes dois princípios fundam como diz a Carta da Terra um modo de vida sustentável. Eles permitem um desenvolvimento que atenda as necessidades de todos os seres vivos e ao mesmo tempo garanta a integridade e a capacidade de regeneração da natureza. Devemos viver um sentido de responsabilidade universal. O futuro da Terra e da Humanidade está agora em nossas mãos. Fonte: www.leonardoboff.com

26 de jan. de 2008

Carta da Terra

Sinfonia da Floresta

Carta ao Inquilino

28 de nov. de 2007

Ambiente é Poesia, Ciência e Alegria

Desejo contribuir aqui com novas formas de aprender ensinando, compartilhando, transmitindo, conscientizando sobre o ambiente. Então,encarnando a junção Mestre- Aprendiz busco compreender - A Ecopedagogia e a Pedagogia da Terra -. Com este objetivo pedi a alguns homens luminosos, um pensamento poético que defina essa nova possibilidade de educar compreendendo a integração com o ambiente . Invoquei as palavras de Paulo Freire. Ele retornando no tempo e buscando nas suas lembranças infantis disse: "Os "textos", as "palavras", as "letras" daquele contexto se encarnavam no canto dos pássaros, o da sanhaçu, o do olha-pro-caminho-quem-vem, o do bem-te-vi, o do sabia; na dança das copas das árvores sopradas por fortes ventanias que anunciavam tempestades, trovões, relâmpagos; as águas da chuva brincando de geografia: inventando lagos, ilhas, rios, riachos. Os "textos", as "palavras", as "letras" daquele contexto se encarnavam também no assobio do vento, nas nuvens do céu, nas suas cores, nos seus movimentos; na cor das folhagens, na forma das folhas, no cheiro das flores das rosas, dos jasmins, no corpo das árvores, na casca dos frutos." Invoquei Henfil que recitou: " Se não houver frutos Valeu a beleza das flores Se não houver flores Valeu a beleza das folhas Se não houver folhas Valeu a intenção da semente" Invoquei o Professor Felippe Serpa que declarou: "Reconheço hoje que a infinitude esta presente em cada um de nos, enquanto potencia, o que nos possibilita sermos iguais e, ao mesmo tempo, a finitude expressa-se em cada um de nós, enquanto acontecimento, o que nos faz singulares e únicos".

27 de nov. de 2007

Ecopoiesis/ Ecopedagogia a música da poesia

Perguntando aos poetas :

O que é Ecopedagogia?

Fui então consultar Olavo Bilac que respondeu:

Da Via-Láctea

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo

Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto

Que, para ouvi-las, muita vez desperto

E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda noite, enquanto

A via-láctea, como um palio aberto.

Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto.

Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!

Que conversas com elas? Que sentido

Tem o que dizem, quando estão contigo? "

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!

Pois quem ama pode ter ouvido

Capaz de ouvir e entender estrelas."

John Lennon respondeu cantando:

( traduzido do inglês)

IMAGINE

Imagine que não céu

E fácil basta tentar.

Nenhum inferno em baixo de nós,

E, em cima, firmamento.

Imagine todo mundo

Vivendo pro dia de hoje.

Imagine não haver países;

Não e difícil imaginar.

Nada por que matar ou morrer.

Imagine todo mundo

Vivendo sua vida em paz.

Imagine não haver posses

Duvido que você possa

Sem lugar para a gula ou a fome,

Uma fraternidade de homem.

Imagine todo mundo

Partilhando todo mundo.

Você pode dizer que estou sonhando.

Mas não sou o único não.

Espero que um dia você se junte a nós.

E o mundo será uma coisa .

Caetano Veloso respondeu em música e poesia

TERRA

Quando eu me encontrava preso

Na cela de uma cadeia

Foi que vi pela primeira vez

As tais fotografias

Em que apareces inteira

Porém lá não estavas nua

E sim coberta de nuvens...Terra! Terra!

Por mais distante

O errante navegante

Quem jamais te esqueceria?...

Ninguém supõe a morena

Dentro da estrela azulada

Na vertigem do cinema

Mando um abraço prá ti

Pequenina como se eu fosse

O saudoso poeta

E fosses a Paraíba...Terra!

Terra!Por mais distante

O errante navegante

Quem jamais te esqueceria?...

Eu estou apaixonadoPor uma menina terra

Signo de elemneto terra

Do mar se diz terra à vista

Terra para o pé firmeza

Terra para a mão carícia

Outros astros lhe são guia...

Terra! Terra!

Por mais distante

O errante navegante

Quem jamais te esqueceria?...

Eu sou um leão de fogo

Sem ti me consumiria

A mim mesmo eternamente

E de nada valeria

Acontecer de eu ser gente

E gente é outra alegria

Diferente das estrelas...

Terra! Terra!

Por mais distante

O errante navegante

Quem jamais te esqueceria?...

De onde nem tempo, nem espaço

Que a força mãe dê coragem

Prá gente te dar carinho

Durante toda a viagem

Que realizas do nada

Através do qual carregas

O nome da tua carne...

Terra! Terra!

Por mais distante

O errante navegante

Quem jamais te esqueceria?

Terra! Terra!

Por mais distante

O errante navegante

Quem jamais te esqueceria?

Terra! Terra!

Por mais distante

O errante navegante

Quem jamais te esqueceria?...

Na sacada dos sobrados

Das cenas do Salvador

Há lembranças de donzelas

Do tempo do Imperador

Tudo, tudo na Bahia

Faz a gente querer bem

A Bahia tem um jeito...

Terra! Terra!

Por mais distante

O errante navegante

Quem jamais te esqueceria?

Terra!